14 de set. de 2008

Projetos de mídias locativas.

Milk

http://www.milkproject.net/

We can get a sense of what Latour means by this by looking at Milk a project by Ieva Auzina and Esther Polak exhibited by Latour in his "Making Things Public" exhibit at ZKM that also won the 2005 Golden Nica at Ars Electronica. The work of a group of Latvian locative media artists, MILK is clearly indebted to more traditional aspects of the movement in that it uses GPS trace-routes. But instead of seeking a phenomenological regrounding of the self, the MILK team traced the path of milk from its origins in the udder of a cow in rural Latvia to a cheese vendor in the Netherlands. To be sure, this project is still more suggestive than fully realized: MILK's artists are not terribly interested in Latour's reading and instead see their work more as a form of romantic landscape art. Nevertheless, MILK suggests a powerful vision of how locative technologies could allow one to more fully understand how products are commodified and distributed through the actions of global trade, thereby making visible the networked society. Here Fusco's anti-mapping diatribe runs aground, for when tied to a materialist vision, the recent turn to maps is among the strongest critiques of globalization available to us. Recognizing this, philosopher Alain Badiou referred to the maps of power drawn by artist Mark Lombardi as "the creation of a new possibility of art and a new vision of the world.


Urban Tapestries / Social Tapestries

Public Authoring in the Wireless City
Urban Tapestries is the name of a research project and experimental software platform for knowledge mapping and sharing – public authoring – conceived and developed by Proboscis in partnership with collaborators such as the London School of Economics, Birkbeck College, Orange, HP Research labs, France Telecom R&D UK, Ordnance Survey. The original research project began in late 2002 and was completed in Autumn 2004, with a follow-on research programme of experiments with local groups and communities called Social Tapestries starting in April 2004 and completed in Summer 2007 (additional publications and outputs will be released in 2008).

Urban Tapestries investigated how, by combining mobile and internet technologies with geographic information systems, people could 'author' the environment around them; a kind of Mass Observation for the 21st Century. Like the founders of Mass Observation in the 1930s, we were interested creating opportunities for an "anthropology of ourselves" – adopting and adapting new and emerging technologies for creating and sharing everyday knowledge and experience; building up organic, collective memories that trace and embellish different kinds of relationships across places, time and communities.

... continua em: http://urbantapestries.net/

mais links: http://www.xcp.bfn.org/hight.html e http://socialtapestries.net/projects/index.html


Mais:

This is a central question for locative media today, as it is for many contemporary artists today who are using research and development, or at least research, as models. Raised on a steady diet of institutional critique, this generation sees art’s purview as transdisciplinary and eagerly pursues projects that could be classified as research (Center for Land Use Interpretation or Multiplicity) or design and development (Andrea Zittel or Jorge Pardo). In the case of locative media, this means that artists adopt the model of research and development wholesale, looking for corporate sponsorship or even ventura capital. Proboscis, for example received sponsorship from Orange, a 3G cellular network, computer hardware manufacturer Hewlett-Packard and had proprietary geodata donated to it by the Ordnance Survey for their Urban Tapestries project. Blast Theory, a locative media group composed of several London-based avant-garde theatre artists have gained renown for projects such as Can You See Me Now (2001), Uncle Roy All Around You (2003), and I Like Frank (2004), in which they used location-aware mobile mapping devices to coordinate interactions of audience and performers in both real and virtual space. Their performances and installations have been supported throught corporate sponsorship, public arts funding, and through a six-year collaboration with the Mixed Reality Laboratory at the University of Nottingham. The group's own web site claims "Blast Theory has a history of working with corporate clients to deliver innovative marketing strategies," thereby creating "commercial projects that draw global audiences to compelling, high adrenaline interactive experiences. The team of artists and scientists has worked with blue chip clients in the television, apparel and telecoms sectors to launch products, build profile, inspire staff and engage customers." Anthropologist Anne Galloway, who studied Urban Tapestries for her dissertation, has critiqued this model of hybrid arts/researcher and community organizing for not yet having developed a mature sense of accountability, professionalism and ethics.

*retirado do texto Beyond Locative Media: http://networkedpublics.org/locative_media/beyond_locative_media

Cityware

Os sinais de radiofreqüência de curto alcance do Bluetooth foram usados para espionar o comportamento de 3 mil habitantes da cidade inglesa, chamada Bath. Os pesquisadores da universidade dessa localidade espalharam leitores da frequência de rádio por pubs, ruas, escritórios, sem a autorização das pessoas, com a intenção de formar um banco de dados, com nome, endereço de e-mail e números de telefone, obtidos a partir da invasão no aparelho móvel.

Essa ação foi apenas um ponto de partida. Batizado de Cityware, o sofware do projeto foi colocado na internet para download público. Agora, cerca de 250 mil usuários de Bluetooth no mundo inteiro estão sendo vigiados pelos leitores do programa da instituição inglesa.

Como a internet não tem fronteiras, você pode ser um dos vigiados pelo projeto Cityware.org.uk. Para não ficar refém da tecnologia, saiba que é possível bloquear o seu Bluetooth.

Dicas de segurança aqui.

*retirado do blog: http://bazar21.wordpress.com/2008/07/30/bluetooth-urbandesign-pervasive-systems-seguranca/


Sur-viva-ll

Mapas além-Google
Por Giselle Beiguelman

Em “Sur-viv-all’’, Andre Lemos combina GPS, fotos e vídeos para “escrever” uma cidade canadense e questionar as mídias locativas

Se você ainda tinha dúvidas sobre a possibilidade de falar e pensar em narrativas nômades, “Sur-viv-all’’, de Andre Lemos, vai acabar com elas. Combinando recursos de mapeamento on line, GPS, fotos e vídeos, Andre, que é professor da UFBA e pós-doutorando da Universidade de Alberta (Canadá), produziu um interessante discurso crítico sobre a cidade contemporânea como espaço de fluxo e historicidade transitória.

O nome do projeto “Sur-viv-all’’ é um trocadilho “nomádico”, locativo e narrativo. A palavra "survival’’ foi transformada em "Sur-viv-all," tentando criar sentidos diferentes em inglês e em francês, as línguas oficiais do Canadá, e em português, a língua-mãe de Andre.

Em francês, podemos inferir na palavra a idéia de “Sur viv( r)e/vie’’ algo como “um excesso e uma falta da vida, algo que ocorreu apenas quando a sobrevivência é o mínimo e o último recurso da existência”, diz Andre.

Em português, para o autor, o que fica é o "Viva", reivindicando viver, um imperativo. Já em "survival”, em inglês, ainda segundo Andre, aparece o sentido original da palavra -sobrevivência-, porém maximizado pelo “all’’ (tudo).

A idéia, conta ele em seu site, veio do cruzamento de sua leitura do livro “Survival”, de Margaret Atwood, com a pesquisa que desenvolve sobre mídias locativas, cidade, mobilidade e novas tecnologias.

Nesse livro, segundo Andre, a autora defende a tese que o enfrentamento com a questão da sobrevivência é um padrão na imaginação da literatura canadense, que lida, em geral, com a luta com as forças da natureza, dos nativos e dos animais.

Contemporizando e contextualizando essa reflexão sobre a sobrevivência com sua pesquisa sobre mídias locativas, Andre “planeja-escreve” a cidade de Edmonton, onde está fazendo seu pós-doutorado, com um rastreador baseado em GPS. O GPS é utilizado para marcar em mapas on-line (como iStumbler, Google Earth e Google maps) e hotspots (pontos com wi-fi, redes sem-fio).

“O que eu procurava aqui era uma maneira de estar mais perto da cidade, compreender e sentir seus espaços, sua dinâmica. Uma maneira de ver minha ‘sobrevivência’ aqui. O que está na base de tudo é a imaginação sobre a cidade, o relacionamento com temperaturas extremas, o uso dos carros como forma de deslocamento padrão, os espaços vazios, a invisibilidade dos processos eletrônicos nas estruturas reais do espaço público”, diz ele no website do projeto.

São inegáveis os desdobramentos da explosão dos novos formatos de mapeamento e localização que se abrem com a popularização dos GPSs e a acessibilidade dos mapas on-line. Tudo isso, no entanto, aponta para novas dinâmicas geopolíticas e para certa redundância estética, em que se patina na utopia de um mapa na escala 1:1, como um dia sonhou o triste personagem borgeano de “Do Rigor na Ciência”.

Nesse minúsculo conto, Borges escreveu:

“Naquele Império, a arte da Cartografia atingiu uma tal perfeição que o mapa duma só província ocupava toda uma cidade, e o mapa do Império, toda uma província. Com o tempo, esses mapas desmedidos não satisfizeram, e os colégios de cartógrafos levantaram um mapa do Império que tinha o tamanho do Império e coincidia ponto por ponto com ele. Menos apegadas ao estudo da Cartografia, as gerações seguintes entenderam que esse extenso mapa era inútil e não sem impiedade o entregaram às inclemências do Sol e dos invernos. Nos desertos do Oeste subsistem despedaçadas ruínas do mapa, habitadas por animais e por mendigos. Em todo país não resta outra relíquia das disciplinas geográficas (Suárez Miranda, “Viagens de Varões Prudentes’’, livro quarto, cap. XIV, 1658)’’.

Leia a seguir a entrevista de André Lemos à Trópico, feita por e-mail, acesse a documentação do projeto no “link-se’’, no final deste artigo, e boa viagem.

*

A variedade de saberes envolvidos no seu projeto faz pensar que é conceitualmente inoperante insistir na definição do que é objeto do campo da comunicação, da arte, da tecnologia etc. Você situaria seu projeto em algum campo específico do conhecimento ou está na hora de abolirmos essas categorias estanques?

Andre Lemos: Acho que meu projeto tem um viés artístico, já que é metafórico, cruza com a literatura, não tem pretensões de provar nada e foi feito como uma catarse da minha experiência nas "praries", no Oeste do Canadá. É, por assim dizer, estético.

Não tenho pretensões artísticas e fiz para me divertir e "marcar" a cidade, deixar o meu "traço" por lá. O que está em seu fundo, no entanto, é a minha preocupação teórica com a temática da cidade, das tecnologias de comunicação, da mobilidade e das novas funções dos lugares e dos territórios, hoje, em meio a fluxos internacionais de informação digital.

Não acredito em fronteiras do conhecimento que não sejam membranas, permeáveis, que sejam, no fundo, mídias. Parto das ciências sociais, bebo na literatura, experimento uma práxis artística, volto as ciências sociais... Não sei bem onde começa um e termina o outro.

Só consigo pensar fazendo várias coisas ao mesmo tempo: minhas fotos, meu blog, meus projetos, como o "Wi-Fi Salvador", o "Ciberflânerie", o "https" (todos estão no meu blog), me ajudam a produzir teoricamente, me fazem produzir outras coisas e assim por diante.

Não há e não deve haver fronteiras que nos prendam na aventura do conhecimento. Fronteiras devem ser “hubs’’ e não prisões. Sou engenheiro de formação, tenho mestrado em política de ciência e tecnologia com ênfase em filosofia da técnica e meu doutorado foi em sociologia. Agora sou professor da comunicação. Como poderia defender fronteiras estanques do pensamento?


“Sur-viv-all’’ nasceu no Canadá e traz embutido no nome a complexidade territorial da cultura da mobilidade. Mas é difícil abstrair o fato de que você é um soteropolitano temporariamente no freezer. O título me remete, assim, à idéia de uma palavra-chave numa determinada locação. Que romance ou que palavra seria a chave do mapeamento de Salvador?

Lemos: Na realidade nasci no Rio, mas estou há muitos anos em Salvador e tenho uma linda filha baiana. Aceito o rótulo com prazer e orgulho. Me sinto desterritorializado, já que não me vejo pertencendo nem a um lugar nem a outro.

Bom, o que me levou a fazer o “Sur-viv-all’’ foi a minha paixão pela literatura e o meu interesse intelectual pelas novas tecnologias. “Sur-viv-all’’ só foi possível por causa do meu olhar estrangeiro (não é à toa que é o primeiro do gênero em Alberta, e talvez no Brasil com GPS writing, mas não saberia afirmar com certeza).

Salvador é mais interna, digerida e não seria fácil para mim fazer o mesmo. Mas tenho conflitos e amores pela cidade e já tinha pensado em fazer um com o meu grupo questionando a idéia da "cidade da alegria". Fizemos o “Wi-Fi Salvador’’ (mapeamento de hotspots wi-fi), mas minha idéia era mapear a alegria (e seu oposto) nas ruas da cidade. Talvez ainda faça isso.

Qual romance seria a chave para o mapeamento de Salvador? Não sei bem, mas o que me vem a cabeça, pela origem, pela malemolência, a astúcia, a força e a criatividade da cidade, talvez seja "Viva o Povo Brasileiro", de João Ubaldo Ribeiro.

Acho que a palavra que escreveria com um GPS seria "povo", que remete à dimensão cotidiana e impregnante da cidade e, ao mesmo tempo, ao folclore dessa socialização, ao que falta na cidade (e talvez no país como um todo). Acho que em Salvador o que mais tem, e o que mais falta, é "povo".


“Locative media’’ é um dos temas mais quentes do momento. Como tudo que é inflacionado por modismos, implica riscos. Nesse sentido, não me impressiona a quantidade de projetos redundantes que são mais exercícios de “desabstração” do que de mapeamento. No limite, parecem correr atrás daquele fantasma borgeano de criar mapas na escala 1:1, explicitando a obviedade do local, em detrimento da representação (que é sempre multiplicadora de sentidos). Como você vê essa questão e o boom dos “locative media”?

Lemos: Há vários projetos sobre o título de “locative media”. Considero três grandes campos: “anotações urbanas”, “mapeamento e geotags” e “location-based mobile games”. O interessante é que o tema vem de artistas que buscam diferenciar suas ações daquelas de grandes empresas.

Hoje as coisas estão meio misturadas, mas o fenômeno revela formas de apropriação de dispositivos móveis (como celulares, GPS, palms) e de sistemas de publicação disponíveis na Web para projetos "bottom-up". Eles visam repensar o espaço público, a cidade, a produção de conteúdo sobre lugares, o uso da cidade.

No meu entender, o mais interessante é ver como projetos com mídias locativas (informação anexada a lugares e objetos) impedem que caiamos em teses hegemônicas de autores consagrados que afirmam o "fim dos lugares", “o fim do urbano”, a “desmaterialização” e a “desterritorialização” completa do real pelo "virtual", a perda do "sentido de lugar" etc. Acho que o que estamos vendo hoje nesses projetos são usos efetivos dos lugares, criação do que chamo de "territórios informacionais" que redefinem os lugares contemporâneos.

Lugares se modificam com o fluxo informacional. Mas eles não desaparecem. Projetos com mídias locativas não estão em um ciberespaço independente do espaço físico, mas sim na intersecção, tencionando os lugares, criando novos sentidos, novas territorializações, novas formas de controle, novos conteúdos pessoais e comunitários e novos usos do espaço urbano. São, por assim dizer, tendências rapidamente seguidas pelo mercado (companhias de celulares oferecem hoje mapeamento, GPS, micro-blogging, acesso à software sociais etc...).

Sobre Borges, você tem razão, e escrevi recentemente em um artigo que os processos de territorialização com mapas e GPS são exatamente a concretização do microconto de Borges: mapear é, como sempre, controle, criação de territórios. Hoje, com GPS e sensores, a potência informacional faz com que o deslocamento pelo espaço coincida exatamente com percursos por mapas eletrônicos. Assim, andar com um GPS é como andar em um mapa de escala 1:1.


Já se disse que quem não estiver no Google, em alguns anos, não existirá. E o que está fora do Google Map? Estará também condenado a uma espécie de “limbo” da história e da geografia?

Lemos: Sim, como sempre. O que não estava nos mapas dos grandes impérios (Roma, Portugal, Espanha, Grã Bretanha...) não existia e estava condenado ao limbo da história.

O Google Maps e o Google Earth criaram oportunidades gigantescas de aprendizagem, de produção de conteúdo e de mapeamento (com fotos, vídeo, textos...) para qualquer um. Devemos lembra que a produção de mapa e representações sobre um território era exclusiva de técnicos, cartógrafos, engenheiros e burocratas que servem ao poder constituído.

Como falamos anteriormente, esses sistemas de mapas digitais tornou disponível, para todos com acesso à rede, uma possibilidade de produzir conteúdos e mapas sem precedentes na história da humanidade. Com finalidades as mais diversas, esses mapas hoje permitem a pessoas e comunidades criarem histórias e significações autóctones sobre suas realidades, sobre seus “lugares”. Ou seja, é possível produzir histórias sobre os lugares que não são as oficiais, criar sentido além da reprodução oficial. Isso é muito bom.

No entanto, precisamos estar atentos às limpezas e maquiagens do Google. Sabemos que pontos chaves do território americano foram recentemente apagados, que zonas de Bagdá e do Afeganistão foram esteticamente melhoradas, que há lugares que não existem nesses mapas, ou são apenas “pontos”, que há diferenças de definições das imagens dos mapas e que essas diferenças não são neutras etc.

Mais ainda, embora seja gratuito, o sistema não é "open source", e os API (Application Programming Interface, ou Interface de Programação de Aplicativos) que usamos hoje podem nos ser retirados ou cobrados no futuro.

Nada muito novo. Precisamos lembrar que toda construção de mapas é ideológica, que ela esconde poderes e não é de forma nenhuma a "realidade". Como sempre, e não apenas hoje, criar mapas é produzir uma realidade, é criar uma história que se pretende “a” história. No Google Maps ou no Google Earth, ela é tão performática que temos a impressão de ser toda a “realidade”. Não é. Devemos pensar também que a realidade é o que não está no Google.


link-se
SUR-VIV-ALL - http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos/survivall/


Loca

Um projeto interessante de um coletivo de artistas do Reino Unido, demonstra locativamente os problemas e possibilidades da informação em trânsito – via celular - no espaço público.

A questão central do projeto Loca é a vigilância, e a linha tênue que separa a escopofilia (desejo de ser olhado) da escopofobia (medo de ser olhado).

O coletivo espalhou 15 objetos equipados com bungingangas que hackeiam bluetooths e monitoram o trajeto das pessoas que passam por eles.

Ao passar, o dono do celular recebe mensagens, com frases do tipo `Você gastou dinheiro com uma flor e passou 30 minutos no parque. Você está apaixonado?`

Todos os dias as mensagens são alteradas de acordo com o mapa informacional dos passantes.

Em 7 dias mais de 2.500 pessoas foram detectadas mais de meio milhão de vezes.

O trabalho envolve ainda, colagem de adesivos nos lugares em que determinadas pessoas são detectadas, para marcar a presença física daquela informação. O adesivo vem com o nome da pessoa, número do telefone e o horário exato em que ela passou por aquele ponto.

Projetos como o Loca antecipam a discussão sobre privacidade e vigilância no espaço público, a partir do uso massivo das novas mídias, através de redes wi-fi e bluetooth.

Para saber detalhadamente como o projeto funciona, veja o vídeo:



*outros links sobre o projeto:

http://leoalmanac.org/GALLERY/locative/loca/index.htm
http://locmedia.wordpress.com/2008/01/06/loca-set-to-discoverable-2006ff/

*retirado do blog: http://stepaola.com/blog


GPS Drawing

GPS Drawing, um projeto de arte que cria desenhos a partir da localização de pessoas identificadas por GPS.
No site, dá pra ver uma galeria de desenhos feitos com GPS por pessoas espalhadas pelo mundo.

*retirado do blog: http://stepaola.com/blog

31 de mar. de 2008

bom saber


Grupo Arte&Meios Tecnológicos faz palestras na Sta. Marcelina e na Oswald


O Grupo de Pesquisa Arte&Meios Tecnológicos (FASM/CNPq) realiza uma série gratuita de palestras seguidas de debates entre março e junho na Faculdade Santa Marcelina e na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Os temas analisados discorrem sobre as práticas processuais na arte e suas relações com o campo das mediações tecnológicas.

Veja a programação:

*Na Faculdade Santa Marcelina (Rua Dr. Emílio Ribas, 89, Perdizes). Sempre às quintas-feiras, das 15h às 18h.
- 10/04/08: Denise Agassi apresenta o estado da arte da net art.
- 15/05/08: Paula Garcia e Denise Agassi apresentam seus projetos artísticos.
- 05/06/08: Nancy Betts e Cláudio Bueno apresentam análises críticas das obras de Paula Garcia e Denise Agassi.

*Na Oficina Cultural Oswald de Andrade (Rua Três Rios, 363, Bom Retiro). Sempre às quartas-feiras, das 19h às 22h.
- 23/04/08 – encontro com Cecília Almeida Salles e Dora Longo Bahia mediado por Christine Mello.
- 07/05/08 – encontro com Gilbertto Prado e Marcus Bastos mediado por Lucas Bambozzi.
- 28/05/08 – encontro com Giselle Beiguelman e Priscila Arantes mediado por Nancy Betts.
- 18/06/08 – encontro com Arlindo Machado e Lucio Agra mediado por Christine Mello.

#O Grupo de Pesquisa Arte&Meios Tecnológicos (FASM/CNPq) é formado por: Christine Mello (doutora / pesquisadora / FASM / líder do grupo); Lucas Bambozzi (mestre / pesquisador / SENAC-SP); Nancy Betts (mestre / pesquisadora / SENAC-SP); Denise Agassi (mestranda / aluna / FASM); Paula Garcia (mestranda / aluna / FASM); Ananda Carvalho (mestranda / PUC-SP); Cláudio Bueno (mestrando / ECA-USP); Ana Paula Lobo (graduada / participante externa); Marcelo Salum (graduado / participante externo); Monique Allain (graduada / participante externo); Rodrigo Sassi (graduado / participante externo).

Mais informações: artemeiostecnologicos@yahoo.com.br

22 de mar. de 2008

mídia locativa: divisão

Oi meninas!
Pelo que eu li e percebi, parece que é possível uma divisão da mídia locativa em pequenas áreas de abrangência, tipo de anotação, que usa GPS, etc. O que acham? A gente pode considerar e usar isso no nosso trabalho?

18 de mar. de 2008

Cibercultura e Mobilidade: a Era da Conexão

LEMOS, André.Cibercultura e Mobilidade: a Era da Conexão.Razón Palabra, México,out.-nov.2004
Acesso em:25 fev.2008

  Estamos vivendo a "era da conexão" que também é a era da mobilidade.Esta era, que marca o início do século XXI, se caracteriza  pela emergência da computação ubíqua, pervasiva ou senciente.(Compreende-se por "computação ubíqua" ou "pervasiva" a disseminação dos computadores em todos os lugares. A " computação pervasiva", está diretamente ligada a ubiqüidade e se caracteriza pela introdução de chips em equipamentos e objetos que passam a trocar informações. A "computação senciente" refere-se a possibilidade de interconexão de computadores e objetos através de sensores que passam a se reconhecer de maneira autônoma e a trocar informações).      

  A internet sem fio,os objetos sencientes (RFID5, bluetooth) e a telefonia celular de última geração  trazem novas questões em relação ao espaço público e espaço privado, como a privatização do espaço público ( onde estamos quando nos conectamos a internet em uma praça ou quando no celular em meio a multidão das ruas?), a privacidade ( cada vez mais deixaremos rastros dos nossos percursos no nosso quotidiano), a relação social em grupo com as smart mobs, etc. As novas formas de comunicação sem fio estão redefinindo o uso do espaço de lugar e dos espaços de fluxos. Nas cidades contemporâneas, os tradicionais espaços de lugar (rua, praças, avenidas, monumentos) estão, pouco a pouco, transformando-se em espaços flexíveis, comunicacionais, "lugares digitais".(LEMOS, 2004) 

Em relação as formas de comunicação móveis, podemos dizer que, uma reconfiguração do espaço e tempo está aparecendo, uma reconfiguracao que implica que a forma e o propósito da comunicação definem o 'publico' e o 'privado', e não o espaço no qual a comunicação acontece. (Cooper, Green, Murtagh, Harper, apud Lemos, 2004)

     As novas características das cidades contemporâneas estão diretamente ligadas `a mobilidade."Define-se mobilidade como o movimento do corpo entre espacos, entre localidades, entre espaços privados e públicos."(LEMOS, 2004)

     Lemos(2004) cita em seu artigo  Meyrowitz. Este compara os homens da era da conexão com os antigos nômades: "De várias maneiras, nos retornamos a experiências semelhantes e aos papéis imprecisos dos nômades. Mais uma vez, nos enfrentamos a dificuldade de escapar uns dos outros. De fato, é cada vez mais difícil separar uma esfera social da outra, uma atividade da outra, uma área de conhecimento e experiência da outra."(Meyrowitz apud Lemos, 2004)

     Na era da conexão, o que está em marcha são processos de ações imateriais, onde a comunicação sem fio é sua maior expressão. O celular expressa a radicalização da convergência digital, transformando-se em um teletudo para a gestão móvel e informacional do quotidiano. De media de contato inter-pessoal, o celular está se transformando em um media massivo.

     Lemos (2004) questiona se o telefone celular é um verdadeiro canal de comunicação, ou se ele é utilizado apenas para trocas rápidas de informação, não caracterizando um verdadeiro processo comunicacional.Ele conclui que “os celulares devem ser entendidos como instrumentos que podem aumentar as possibilidades de emissão e de recepção de informações, ampliando as probabilidades de comunicação mas não garantindo, necessariamente, um maior enriquecimento do processo comunicativo.”

 1. a disseminação de instrumentos de informação não necessariamente melhoram a performance comunicativa; 

2. não há determinismo técnico nesse sentido, e o controle sobre o quotidiano, tendo o celular como um controle remoto da vida, não garante a construção de uma sociedade da comunicação aberta, melhor ou em direção ao entendimento; 

3. O determinismo tecnológico deve ser aqui rechaçado e as máscaras da ideologia reveladas. A era da conexão não é necessariamente uma era da “comunicação”.

Surgem ainda novas tecnologias sem fio com função de mobilizar a sociedade nas metrópoles contemporâneas. São elas as smart mobs :” São denominadas smart mobs o uso de tecnologias móveis para formar multidões ou massas com objetivo de ação no espaço público das cidades."(LEMOS,2004)

Lemos (2004) caracteriza as smart mobs como fenômenos de massa, distinguindo estas das outras formações de massa apenas pelo uso das novas tecnologias móveis sem fio para agregação soacial no espaço público:

 1. elas são abertas que tendem a crescer e onde reina a igualdade (a massa formada é aberta à priori, constituída de indivíduos que não pertencem ao mesmo grupo e que vão exercer o sentimento de igualdade juntando-se); 

2. elas são rítmicas (vão no movimento da convocação – por SMS, e-mails, blogs - onde “la densité est consciemment structurée par esquive et rapprochement”) e; 

3. Elas são rápidas.

Depois de séculos de esvaziamento do debate político no espaço público, esse fenômeno mostra o desgaste das atividades políticas clássicas e a emergência de novas formas micro-políticas de ação.(LEMOS, 2004)

DHMCM - André Lemos

LEMOS, André. Comunicação e práticas sociais no espaço urbano: as características dos Dispositivos Híbridos Móveis de Conexão Multirredes. In: Comunicação, Mídia e Consumo/ Escola Superior de Propaganda e Marketing. v. 4, n. 10 (junho 2007). São Paulo: ESPM, 2007, p. 23-40.

Dispositivos Híbridos Móveis de Conexão Multirredes (DHMCM) são tecnologias portáteis que congregam várias funções (telefone, computador, máquina fotográfica, câmera de vídeo, processador de texto, GPS) e pode empregar diversas redes (Bluetooth, infravermelho, internet, satélites de GPS).

Eles reconfiguram “as práticas sociais de mobilidade informacional pelos espaços físicos das cidades”.

“Com os DHMCM, emergem novas formas de contato permanente e contínuo, em mobilidade, propiciando novas vivências do espaço e do tempo das (ciber)cidades”.

“Formas de apropriação dos espaços das cidades em que os usuários podem reconhecer outros usuários, anotar eletronicamente um espaço (deixando sua marca com um texto, uma foto, um som ou um vídeo), localizar ou mapear lugares ou objetos urbanos, ou mesmo jogar, tendo como pano de fundo ruas, praças e monumentos.

Surrealistas, dadaístas e situacionistas transformavam o andar no espaço público em arte, nas décadas de 50 e 60, através de performances. “Essas práticas, como as atuais, com celulares, GPS ou etiquetas RFID (Radio Frequency Identification), buscam criar formas de apropriação dos espaços das cidades, cada vez mais impessoais, frias e racionalizadas”.

Essa experiência de anotação pode ser ao mesmo tempo social e estética – arte e política?

O lugar fica dotado de sentido, se torna único no espaço urbano.

“ampliar a leitura do espaço urbano pela superposição de camadas informacionais aos lugares do espaço público”.

À medida que as máquinas se tornam sem fio, móveis, vamos criando projetos que visam a territorialização, enraizamento, ancoragem.

Caráter da informação móvel como signo de não-separação, garantia contra abandono e solidão.

Uma mídia que não quer apenas informar, mas reconfigurar as formas de sociabilidade, produzir, cultura.

Uso de tecnologias móveis torna espetacular a vida comum.

“As tecnologias móveis e sem fio estimulam novos e velhos rituais sociais: trocas, informações, cooperação, reforço da coesão, práticas comuns, coordenação de atividades”. (pág 13)

Tranformação do espaço físico da cidade, que constitui uma nova urbanidade.






ps: esta nao é a referencia q usei, copiei de um trabalho de uma menina

O meulular que me pariu - Giselle Beiguelman

BEIGUELMAN, Giselle. O meulular que me pariu. Trópico. Disponível em: . Acesso em: 2 mar. 2008.

“Beba do veneno, sinta-se detentor de um poder que de fato não tem, mas embriague-se com a idéia de exercê-lo e pisar impiedosamente em alguém.”

“O problema é que os tempos em que se podia localizar tão precisamente os focos de poder e dominação já se tornaram remotos.”

Existem várias (e novas) maneiras de espiar a vida alheia na contemporaneidade, e elas não se limitam a “reality shows”. Vivemos num mundo “1984”, em que somos vigiados o tempo todo e nem nos damos conta. Giselle Beiguelman fala dos “spywares”, programas que entram no seu computador sem que você saiba, geralmente por algum programa que você baixa grátis. Esses programas literalmente “espiam” seu computador, sabendo tudo o que você faz nele. Desse jeito, empresas podem saber seus interesses e por exemplo, mandar e-mails sobre o assunto, ou tentar vender produtos que você gosta e está procurando. Ainda não temos consciência, mas nossos passos são facilmente rastreados, o que existe é uma falsa privacidade.

Aqui vai o texto inteiro, que é pequeno:

O meulular que me pariu
Por Giselle Beiguelman

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Programas de monitoramento de navegação aproximam internautas do mundo sombrio de “1984” de George Orwell

Nessa história de brigas judiciais entre a Globo e o SBT, para mim uma coisa é clara. Quem deveria estar processando todos são os detentores dos direitos autorais do George Orwell (1903 – 1950).

E não é pelo uso indevido e sem créditos do nome de um de seus personagens mais conhecidos, o Big Brother (Grande Irmão), de “1984”, o livro, mas pela promoção de uma compreensão equivocada do que ele seria.

Esse papo de ver alguma semelhança entre os seres que habitam esses planetas do “BBB”, “Casa dos Artistas” e outras traquitanas televisivas com o mundo da obra-prima de George Orwell é um insulto à história da cultura contemporânea.

Se existe alguma semelhança, ela reside entre a fauna que os assiste e os pobres idiotas que viviam na Oceania (o país imaginário de “1984”). Eram todos vítimas de um Estado-mídia que controlava e vigiava a todos, é certo, mas não porque tinha câmeras ocultas, e sim porque os reduzia a entes vivos sem qualquer traço de humanidade.

A obediência não é suficiente, ensinava O’Brien, o inquisidor e líder do Partido, a Winston Smith, o protagonista que começara a desafiar a máquina de controle ao se apaixonar por Julia. É preciso, dizia ele, infringir dor e sofrimento para que o poder se imponha. Só os humilhados são capazes de obedecer cegamente, explicava a Winston, e arrematava: “O poder está em rasgar mentes humanas em pedaços e colocá-las juntas de volta em novas formas escolhidas por você mesmo...”.

O’Brien era o ícone de um sistema totalitário marcado pela ambição por um mundo, como ele mesmo dizia, em que não haveria mais necessidade de ciência, nem distinção entre a beleza e a falta dela, muito menos curiosidade ou alegria, mas onde prevaleceria, em tudo, a intoxicação pelo poder.

“Sempre, a cada momento, haverá o tremor da vitória, a sensação de pisar num inimigo que já está sem esperança. Se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota pisando num rosto humano -para sempre."

Assim falava O’Brien, e é esse tipo de aspiração que aproxima “1984” do universo dos “reality shows”. Já não é possível sequer wapar no seu celular sem ser convidado a votar em quem se quer exterminar.

Elimine um participante, convida-se. Beba do veneno, sinta-se detentor de um poder que de fato não tem, mas embriague-se com a idéia de exercê-lo e pisar impiedosamente em alguém.

Mas não se sinta desenturmado só porque não vê esses programas, nem perde tempo lendo o que se escreve sobre eles. Mais uma vez, não caia nessa armadilha boba de achar que a presença de “1984” se resume a essa pseudovigilância dos “reality shows” e que basta um pouco de senso crítico para resistir a algumas mídias e selecionar as melhores.

Antes fosse assim. O problema é que os tempos em que se podia localizar tão precisamente os focos de poder e dominação já se tornaram remotos.

Em um ensaio publicado na “Progressive”, nos anos 80, Noam Chomsky pontificava sobre os limites da liberdade de pensamento nas democracias ocidentais, investigando os mecanismos pelos quais as instituições políticas podiam prescindir hoje de formas autoritárias e violentas de controle.

Segundo o lingüista norte-americano, a aliança entre poder político e mídia promove, nas chamadas democracias, um tipo de controle das idéias que pode ser exercido sem coerção, apenas valendo-se da construção e circulação de uma novilíngua orwelliana (na Oceania falava-se Newspeak, lembra?) em que se podia até chamar as guerras do Oriente Médio de “processo de paz”...

Ampliando um pouco essas considerações, na era da Internet, a gente acaba se perguntando o que quer dizer “freeware”, e aí a coisa começa a ficar assustadora. Teoricamente quer dizer “programa grátis” e uma das maiores dádivas da Web, porém, na prática, pode ser outra coisa.

Não que seja mentira do tipo anuncia-se que é grátis, mas na hora de usar, você tem que pagar. Isso é estratégia pré-“1984”. O programa de fato é grátis, porém o que o usuário não sabe é que está instalando um pacote de softwares que passam a monitorar sua vidinha on line.

Esse negócio tem um nome. Chama-se “spyware” e perto disso, cookies, spams e câmeras ocultas parecem coisas saídas das histórias da carochinha. Definidos por Damien Cave, da “Salon”, como emblemas da emergência de uma economia de parasitas, essas pragas foram muito debatidas quando se descobriu que o Kazaa, um programa para troca e compartilhamento de arquivos em áudio e vídeo, muito mais legal que o Napster, trazia uma penca deles embutidos.

Esses programas não são encontráveis em uma busca simples no seu computador, mas já existe uma série de outros especializados em caçar spywares (abaixo segue uma listinha deles). O lado mais perverso é que ninguém avisa que vai dar de brinde um kit desses espiões ao inocente que está copiando o programa que escolheu.

É traiçoeiro mesmo, pois tudo é feito sem o seu consentimento ou conhecimento, e são, sem dúvida alguma, na forma de atuar, extremamente invasivos no que diz respeito à privacidade.

Segundo as empresas que fabricam esse tipo de programa, trata-se apenas de um recurso semelhante a uma pesquisa de mercado, pois permite mapear comportamentos e hábitos que são reenviados, pela Internet, aos patrocinadores ou disponibillizadores desses tais programas grátis.

Muitos desses spywares fazem o vasculhamento da sua navegação enviando de 5 em 5 segundos screen shots (imagens do seu monitor) e, os mais sofisticados, podem documentar o momento em que uma aplicação foi iniciada, quem a executou, títulos de todas as janelas abertas e até o que se passa no teclado.

É assim, com essa historinha de spywares, que se resolvem mistérios como o de e-mails estranhos que começam a pulular no seu inbox e, assustadoramente, parecem realmente ter sido escritos por alguém que você conhece.

Como todas as pessoas minimamente normais, tenho um melhor amigo. Somos tão amigos que raramente trocamos e-mails e, dificilmente, conversamos pelo telefone (fixo ou móvel). Quase nunca nos encontramos, mas visito seu site regularmente, pois é a pessoa com o humor mais fino e irônico que conheço.

Ele é tão divertido e surpreendente que quase me tirou o fôlego outro dia. Foi durante o São Paulo Fashion Week. Abri meu e-mail e havia um indicando ter sido escrito por rmiranda, com o seguinte texto na linha de assunto: “rmiranda Fashion News.”

Abri na hora, pois rmiranda é a identidade de e-mail dele e só poderia ser piada sobre o SPFW. O conteúdo era hilário. Anunciava um produto infinitamente melhor e mais barato do que um celular (sou viciada, confesso). O “meulular”.

Quase bati a testa no teclado de tanto rir. Meulular é muito pra cabeça. E, óbvio, o conteúdo tinha link para site que não funcionava e todos os ingredientes de uma pegadinha do Ronas, meu amigo, que autorizou essa divulgação de nossa intimidade.

Liguei para ele, entre risos, e qual não foi nosso susto: não havia sido ele. Ao tentar identificar as propriedades do endereço, para saber quem era o falso rmiranda, aparecia um campo em branco.

Na seqüência, vieram muitos outros e-mails de rmiranda, todos com conteúdos relativos a hábitos e gostos meus (nada que lembre aqueles saudosos spams que anunciavam produtos para todas as giselle@qualquercoisa, como no saudoso passado da antiética explícita).

Acho que deixei de ser cyberhippie nesse dia. O meulular desterrou o que restava da minha inocência on line.

Lembrei, na hora, do escândalo do Kazaa, de meados de 2001, ao qual não tinha mesmo dado muita importância. Fiz buscas, vasculhei meu computador e, sim, tinha spywares instalados.

Nossa, isso está ficando com cara de blog, um negócio que acho bem chato, mas que se tivesse sido inventado antes, faria "1984" parecer menos sombrio. Afinal, a Oceania é uma festa.

link-se
OptOut - Internet Spyware Detection and Removal - http://grc.com/optout.htm
The Noam Chomsky Archive - http://www.zmag.org/chomsky/
Spychecker - http://www.spychecker.com/
The Parasite Economy - http://www.salon.com/tech/feature/2001/08/02/parasite_capital/index.html
George Orwell - http://www.k-1.com/Orwell/
Mambo e o Caos (Site do Ronas) - http://sindicato.etc.br/mambo/
Spycheck

Giselle Beiguelman
É professora do curso de pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP. Autora de "A República de Hemingway" (Perspectiva), entre outros. Desde 1998 tem um estúdio de criação digital (desvirtual - www.desvirtual.com) onde são desenvolvidos seus projetos, como "O Livro Depois do Livro", "Content=No Cache" e "Wopart". É editora da seção "Novo Mundo", de Trópico.

Locative Media: A Brief Bibliography And Taxonomy Of Gps-Enabled Locative Media

BLEECKER, Julian; KNOWLTON, Jeff. Locative Media: A Brief Bibliography And Taxonomy Of Gps-Enabled Locative Media. Disponível em: . Acesso em: 17 fev. 2008.


Locative media: cria experiências que elevam um local de “um ponto coordenado por latitude/longitude na Terra” para um nível de um local existencial, experienciado.

Cuidado ao considerar a mídia locativa como arte: o exército americano patrocina ensaios, estudos e trabalhos de arte baseados nas práticas móveis, locativas e de relações sociais. Ele trouxe o GPS, e tem papel importante na mídia locativa, e isto traz conseqüências éticas ao trabalho de “arte” na mídia locativa.

Apropriação do GPS para propósitos criativos. “ The military expenditures on instrumentalizing location, refashioned for aesthetic purposes, have circulated the culture of location-awareness, made access to the technology widespread, and created a an exciting topic for discussion at conferences, trade shows, symposiums, and on net discussion lists”.

Já existiam trabalhos de arte inspirados na geografia e território, mas a digitalização dos terrenos que permitiu a existência da mídia locativa. A tecnologia existe só agora, mas a motivação já existia.

Para muitos praticantes, só com a criação do GPS e apoio do exército for possível a mídia locativa (que usa GPS).

Trabalhos de mídia locativa

AMSTERDAM REAL TIME – Esther Polak

Habitantes de Amsterdã carregam um PDA que desenha o movimento delas na cidade em tempo real. Base de dados/GPS.

SIGNAGE FOR INVISIBILITY – Pete Gomes

Desenho usando coordenadas, com ajuda de GPS.

SONIC CITY – Lalya Gaye, Margot Jacobs, Ramia Mazé, Daniel Skoglund

A pessoa usa uma roupa que ativa certos sensors, e uma música é criada a partir do ambiente e dos movimentos da pessoa.

SURFACE PATTERNS – Blink

Digitando certos números em 10 lugares específicos da cidade (Huddersfield, UK), a pessoa pode ouvir histórias diferentes. A pessoa também pode adicionar suas próprias histórias na “memória eletrônica” da cidade. O usuário só precisa do celular, o que diminui a barreira de participação.

TRACES OF FIRE – Volkmar Klien e Ed Lear

Isqueiros acoplados com transmissores usados para rastrear animais em seu habitat foram deixados em vários pubs. Através de antenas colocadas em telhados, os isqueiros (e as pessoas que os carregavam) foram rastreadas por semanas. O trabalho mostra ganhos e problemas em rastrear movimentos dos indivíduos no espaço urbano.

TRACK THE TRACKERS – Annina Ruest

Uso de GPS – alerta sonoro para proximidade de câmeras de segurança

YOU ARE HERE – Laura Kurgan

Em 2000, os Estados Unidos introduziram erros no sinal de GPS dos civis, enquanto as informações corretas do sistema GPS eram retidas para o exército americano.

Em 95, uma antena de GPS foi colocada no telhado do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona, e pelos dados obtidos durante um tempo, a aparência era de que o prédio estava movendo.

Taxonomia

· espaço geográfico – Uma das características da mídia locativa. Pode ser o lugar físico ou um signo que o representa. Pode ser representado por coordenadas ou mesmo etiquetas pregadas no lugar.

· Map hacking – Hackear sinais de direção, de trânsito. Hackear a forma de fazer mapas.

· Mapeamento experimental – Capturar histórias, ficções e futuros de um lugar no espaço geográfico.

· Legibilidade cartográfica (?) – Mapas que agrupam características comuns (?)

· Realidade mista – Conexões entre lugares ficcionais e não-ficcionais.

· Hyphenation??